Tocar a vida, para ouvir o som do pensamento.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Os remediados, ou irremediados?

Isto sinto-o cá dentro, sem me poder conter: Andam por aí pobres a fazerem vida de ricos e ricos a fazerem vida de pobres... Sim! Quem não tem rendimentos veste roupa de marca, usa telemóveis topo-de-gama, goza férias em Hotel e transporta-se no Jeep BMW; afinal o que é preciso é "dar nas vistas"! Quem é detentor de património económico sólido, vive de roialties, discretamente,também usa roupa de marca mas comedidamente, regateia nas compras e procura um bónus qualquer, quando não espera pelos saldos; Não vai aos MacDonald's nem faz flatulência depois das refeições; As consultas de saúde, normalmente, fazem-se com médicos do círculo de amigos e os meninos levam sandes de casa para a escola, para comerem nos intervalos, não são esquisitos com os menus da Cantina e não andam a consumir gomas da loja ao lado da escola, gastando o dinheiro da senha...! A lista seria extensa e os remediados corriam o risco de não caberem neste raciocínio, sendo eles a "malta espremida pelo torno"! Os remediados têm que sustentar para cima e para baixo e garantem a fidelização nas Instituições como as Finanças, a Segurança Social, as Câmaras Municipais, os Hospitais, e as Empresas prestadoras de Serviços, voluntáriamente, obrigados a pagar despesas baseadas em càlculos (que não se perbem) com a EDP, a PT, o GAS, os Seguros de vida, do carro, da casa, de trabalho, do empréstimo da casa, de acidentes pessoais, contra todos os riscos e mais alguns e o que sobre ainda vai para os impostos disto e daquilo! Os remediados descontam para os pensionistas, para os desempregados, para os do Rendimento Social de Inserção, para os peditórios de todos os necessitados, indiscriminadamente...

terça-feira, 26 de março de 2013

Poema do Desabafo.


Rasga-se-me a voz dos mudos
Para protestar contra o poder,
Como se o meu tempo perdido
Não fosse tão valioso e curto
A pensar que faz algum sentido!
Esfrego os olhos para acreditar
Que estes estultos abelhudos,
Chico-espertalhando, vão aumentar
A minha revolta incontida
Neste jogo em que só saio a perder!
Sob condição está a minha vida
Que pertence ao estado anónimo,
Onde nem o meu corpo é meu
E só escapa a minha razão,
Para a qual o meu espírito animo;
Empresto-me então a resignação
De quem, de tanta dor gemeu,
Para consumir acre e vil furto.

 
Joantago

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Caixa da Ferramenta.


 
Crise, crise, crise é uma palavra moderna,
Muito utilizada pela maioria dos portugueses
(aqui dispenso os outros europeus pois,
Cada um “coça-se onde lhe morde” – dizem).
Temos a crise económica, da identidade, social,
Da insegurança e do crescente desemprego
E temos, forçosamente de chamar os bois
Pelos seus nomes, por têrmo-los sempre à perna!
Está mau… muito mau e cada vez pior…
Marginalizando por ora os criminosos políticos,
Como se diversos males não nos bastassem
E os riscos que assumo não fossem elevados,
Mesmo assim contar-vos-ei casos sem igual
Como um romeno que diariamente faz peditório
Em frente de uma porta de supermercado,
Mas com horário que não o da entrega de mercadoria,
Para ajudar os fornecedores e ser pago pelo trabalho;
Se ele é doido?! Estender a mão aos que passem
Resulta em boa receita num dia lindo e solarengo.
Sentado no chão saúda os mal-aventurados
Que contribuem para a salvação de eventual pecado.
Mais á frente, a caixa da ferramenta “esquecida”
Junto á porta da escola a aguardar possível utilizador…!
Dormiu lá de ontem para hoje, sem ser apetecida.
Afinal maltratar e assaltar idosos não é purgatório
E com os impostos dos outros vive-se descansado.
Tudo por culpa de se ter dobrado o Cabo Bojador
E descobrirem-se verdades que se contradizem.
A caixa da ferramenta, até lá pode ficar meses…

 
Joantago

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ser ou não ser?


Não sei se me preocupe mais com tantos gatunos
Que me assaltam a estabilidade e os sacrifícios
Da minha vida, as possibilidades da minha felicidade,
O garante imprescindível do sustento da minha família,
A hipótese da manutenção de um País rico de glória,
O orgulho pela opção da minha nacionalidade,
O respeito necessário do mundo que nos conhece,
A autonomia e a liberdade dos meus concidadãos
E a minha independência, como um direito humano…!
Ou se a minha preocupação deva ser tudo o descrito,
Acrescida pelo tratamento de autêntica celeridade
Com que a justiça, ou o sistema, ou os seus vícios
Contidos numa lei que apenas se nota e exerce,
Nos trâmites burocráticos sobre os maus alunos
Que não se formaram devidamente na criminalidade:
Os “pintas” dos multibancos, que são a escória
E povoam os estabelecimentos prisionais nacionais;
Os famintos que roubam bolachas nos supermercados;
Os empresários falidos nos seus investimentos…
E os verdadeiros ladrões, nem sequer são castigados,
Silenciados pelos parasitas, aparentemente isentos,
Que fingem desconhecer-lhes os desfalques badalados
Com ênfase, sensacionalismo e adequado nos jornais.
Eis a questão: Ser ou não ser, mais um indignado?!

 
Joantago

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Amêndoa Amarga.


Parece que começamos a perceber uma das muitas e estranhas estratégias que os políticos optaram para nos governarem. Ora veja-se:
- Primeiro criam uma Lei, aplicam-na e, depois, sondam a opinião pública para saber o impacto da mesma (sobretudo) na “carteira dos contribuintes”;

- A seguir recorrem a um tipo de paternalismo do género «pronto, pronto, nós vamos arranjar um subsídio (“uma atençãozinha”)», para atenuar os efeitos da “dita” Lei e, que raio, é preciso “ser-se sensível” aos sacrifícios do povo!

Escrito de outra forma, vamos todos ao ginásio e, sem fazermos alguns exercícios de aquecimento, “atiramo-nos” aos alteres, estafamos os músculos com distensões e depois gastamos uma nota preta para tratarmos a lesão contraída…!
Agora, com uma cefaleia proveniente da análise desta situação, ainda estou para “descobrir” o porquê da pressa de fazermos parte da Comunidade Europeia, para sermos, generosamente, colonizados a troco de uns trocozitos com que os nossos representantes políticos são gratificados, para obterem o seu dourado pé-de-meia!

Mas, alto lá! A Alemanha não é o “papão”, o “bicho mau” nem o vampiro que muitos consideram! Para ajudarem a “limpar” a prestação disciplinada e conveniente dos nossos políticos, está a levar-nos autênticas excursões de quadros técnicos, para “novas oportunidades” de emprego, esvaziando-nos o País do essencial e vital suporte de sobrevivência económica. Ficamos nós, os conformados, os sentenciados, os expiadores…
Ao meu pessimismo sinto-o como premonição de que dentro de pouco tempo, após este vazio de valores e alternativas, possamos reunir as condições necessárias, para finalmente sermos aniquilados como os receptores do lixo da Europa dos Fortes.

Se não podemos competir com eles, enfim, juntemo-nos e sujeitemo-nos ao seu poder e á sua vontade!
Bem hajam aos nossos políticos que nos mostram a Lei da Selva! 

Joantago    

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Imediaticamentado.


 
Decidi cultivar e optar pela ignorância
Quando me vir confrontado com o assalto
À minha tranquilidade de espírito.
Porque acontece ouvir notícias do País,
Num atentado à saúde mental dos ouvintes
Recuso-me categoricamente a dar importância
A novelas de escândalos dos mais vis,
Submetidos a julgamentos populares hilariantes.
Actualmente a justiça é só um mito
De legislação favorável ao poder mais alto!
Os media fomentam o terrorismo aos contribuintes
Servindo, na perfeição, á manipulação…
Ver comediantes, sem graça, auferirem bem,
Ou publicidade repetida a todos os instantes,
Ninguém compreende e muitos não sabem
Que afinal interessa, e muito, a distracção.
Ao menos, com a minha ignorância resisto.

 
Joantago

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

"Os Tentáculos".


“Os Tentáculos”.

Mandam as regras da boa culinária que os tentáculos possam ser grelhados, cozidos, fritos e albardados, menos ingeridos crus (pelo menos que eu saiba).
Os tentáculos de polvo, de lula/pota, tanto faz, são gostosos e acompanham bem com legumes, massas e arroz ou até simples, num aperitivo para o fim da manhã ou da tarde…

Mas “a porca torce o rabo” quando os tentáculos são socialmente políticos ou religiosos, ou ambas as coisas casadas, conveniente!  
Os tentáculos nacionais, os tentáculos europeus, americanos, africanos não nos apetecem pelas indigestões que nos causam, pelo definhamento a que nos submetem e pelo condicionamento da liberdade que temos.

Não é o acaso nem a necessidade de desculpas ou desabafos que nos servem de sobremesa, como remédio ou unguento para uma doença “desconhecida”, que soa já a pandemia, e o incrível é que o pessoal se encontra numa espécie de letargia confusa e perdida.
Já experimentei pesquisar na História de Portugal, para estabelecer qualquer tipo de paralelismo com situações hipoteticamente semelhantes, mas confesso que só contribuí para me considerar mais ignorante:

Para não recuar mais, aconteceu o fim da monarquia em 5 de Outubro de 1910, com a responsabilidade de políticos, maçónicos e outros grupos institucionais e avulsos, e implantou-se a República; Após um período chamado de “ditadura”, o famoso e incómodo Estado Novo, veio a revolução de 25 de Abril de 1974, a denominada Revolução dos Cravos, de cuja ideologia política – a democracia, ninguém compreende muito bem, chegando a confundi-la com corrupção, oportunismo, tráfico de influências, compadrio, peculato e tudo o mais que os tribunais arquivam e prescrevem, julgados crimes impunes (toda a classe política está comprometida aos olhos dos portugueses, porque sabem quem são os “inocentes” dos “cambalachos”); Aderiu-se à Comunidade Europeia em 01 de Janeiro de 1986 e o luso-europeu começou a votar para um Parlamento, desconhecendo o que os eurodeputados que elegia faziam em Bruxelas; Realizou-se em 07 de Fevereiro de 1992 o Tratado de Maastricht, cujo teor ainda constitui ignorância total da maior parte dos eleitores Lusos; Seguiu-se o Tratado de Amesterdão em 2 de Outubro de 1997 e a “malta”, patavina; Tratado de Nice em 26 de Fevereiro de 2001, idem de conhecimento (neste caso, da falta dele); Por último, até ao momento, rematou-se com o Tratado de Lisboa (também conhecido por “Porreiro Pá!”) em 13 de Dezembro de 2007, onde o português comum capitaliza e termina o seu desconhecimento absoluto, do que quer que seja da Comunidade Europeia em geral e do seu País em particular!

Restam “Os Tentáculos”.