Tocar a vida, para ouvir o som do pensamento.

terça-feira, 26 de março de 2013

Poema do Desabafo.


Rasga-se-me a voz dos mudos
Para protestar contra o poder,
Como se o meu tempo perdido
Não fosse tão valioso e curto
A pensar que faz algum sentido!
Esfrego os olhos para acreditar
Que estes estultos abelhudos,
Chico-espertalhando, vão aumentar
A minha revolta incontida
Neste jogo em que só saio a perder!
Sob condição está a minha vida
Que pertence ao estado anónimo,
Onde nem o meu corpo é meu
E só escapa a minha razão,
Para a qual o meu espírito animo;
Empresto-me então a resignação
De quem, de tanta dor gemeu,
Para consumir acre e vil furto.

 
Joantago

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